Educadores, educandos e comunidades escolares da Rede Municipal de Ensino nunca viveram a efervescência cultural e intelectual colocada no cotidiano das escolas nos anos da administração Luiza Erundina (89/92), com  Paulo Freire e Mario Sérgio Cortella à frente da Secretaria Municipal de Educação. Uma das comprovações disso foi a realização de dois congressos municipais (1991 e 1992), um retrato na parede da memória da educação pública brasileira bonito de ser visto e relembrado. Com dimensões enormes, em todos os parâmetros possíveis, abriram-se para a voz e emoção de milhares de pessoas, em uma verdadeira comunhão de aprendizagem, relatos, encontros, propostas e apostas no futuro. Todos os espaços disponíveis do Complexo do Anhembi foram abertos para essa mega circulação de ideias, debates, discussões e troca de experiências. Aí inclusos os corredores, halls e espaços de convivência. Cerca de doze mil pessoas, entre autoridades, convidados, palestrantes, educandos, educadores e parceiros assessores das universidades e de algumas organizações não governamentais, transitando nos espaços criados.  Vozes, burburinhos, olhares indagativos, alegria de futuro novo chegando. O diálogo, o desejo da expressão livre e a fala descontraída tomaram conta de todos. Dezenas de mesas e debates, centenas de relatos e pequenas discussões, exposições de trabalho. Os eixos e as prioridades das propostas para a educação municipal estiveram presentes apontando rumos, mostrando resultados, abrindo caminhos e convidando para novas ações e descobertas. Embora os textos registrem parte da história, nem sempre expressam a grandeza do que foi um evento. No entanto, a memória se alegra em colocar à disposição dos interessados um registro da grandeza que tomou conta de muitos de nós nos dois Congressos Municipais, seus objetivos, sua programação e a realização de nossa gente da educação municipal.