Movimento de Reorientação Curricular Educação Infantil

Em 1989, para a consecução dos objetivos do Movimento de Reorientação Curricular, as escolas puderam optar entre o desenvolvimento de um projeto próprio ou a adesão ao chamado Ação Pedagógica na Escola pela Via da Interdisciplinaridade. Para o desenvolvimento deste, formaram-se equipes nos diferentes Núcleos de Ação Educativa – NAEs, os quais, coordenados pela Diretoria de Orientação Técnica (DOT), com assessoria de professores universitários, trabalharam inicialmente com dez escolas piloto, e posteriormente com as 180 escolas (e 12 entidades) que aderiram a ele.


No mesmo ano, após a análise dos dados da problematização das escolas de educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental, optamos por um trabalho de formação continuada, em pequenos grupos, com encontros quinzenais ou mensais, partindo da prática dos educadores e com apoio de referenciais teóricos que possibilitassem reflexões e a construção de propostas pedagógicas mais propícias ao desenvolvimento e à aprendizagem de todas as crianças. Ao mesmo tempo em que se desenvolvia esse trabalho, as equipes da Diretoria de Orientação Técnica de Educação Infantil e Alfabetização (DOT 3) e dos Núcleos de Ação Educativa redigiram documentos que registram o movimento de reorientação curricular e o processo de formação. Esses materiais foram escritos a várias mãos e passaram por muitas leituras e debates até chegarem à versão final.

Ao mesmo tempo em que se desenvolvia o projeto, procurando refletir sobre suas etapas, em um processo de ação/reflexão/ação, as equipes de DOT e NAEs redigiram os Cadernos de Formação, que apresentamos a seguir:

Grupo de Formação - Uma (Re)visão da Educação do Educador (Cadernos de Formação 1 - Série Grupos de Formação - 1990)

Nessa publicação estão expressos os objetivos dos grupos de formação, os princípios teórico-metodológicos, a fundamentação teórica, os textos utilizados, os principais conteúdos trabalhados no ano de 1989, a quantidade de grupos formados, as dificuldades e avanços percebidos e as referências bibliográficas. O texto procura mostrar como essa formação se diferencia de outras realizadas sob a forma de cursos, oficinas e palestras. Trata-se de um mergulho sobre a prática, sobre o cotidiano da escola com seus acertos e equívocos, suas possibilidades e limites. Uma formação que possibilita o desenvolvimento de uma consciência crítica e a busca por uma prática reflexiva. A elaboração desse documento contou com a assessoria da professora Madalena Freire.

Reorientação Curricular das Escolas Municipais de Educação Infantil (1989/1992)

Esse caderno complementa o documento Reorientação curricular da escola: visão dos educandos. Foi elaborado pela professora Miriam Celeste Ferreira Martins, a partir de assessoria realizada em 1990 para as equipes da Divisão de Orientação Técnica de Educação Infantil e Alfabetização (DOT3) e dos Núcleos de Ação Educativa (NAE). Juntamente com integrantes das equipes de DOT e NAE, a assessora analisou os desenhos elaborados pelas crianças das Escolas Municipais de Educação Infantil, das classes do Plano de Educação Infantil (PLANEDI) e das Classes comunitárias. Nessa publicação o desenho é concebido como expressão de pensamento, linguagem, um texto pleno de significados. Ao analisá-los à luz das teorias, a assessora desvenda para os educadores um mundo de significados que poderiam passar despercebidos aos olhares menos atentos ou sensíveis.

A Criança e o Desenho - Uma Conversa para Olhar/ Pensar Arte (Movimento Reorientação Curricular - Documento 4 - 1991)

Esse caderno faz uma retrospectiva histórica da Educação Infantil na cidade de São Paulo, desde os Parques Infantis criados em 1935 até 1988 e explicita o movimento de reorientação curricular que se desenvolveu durante a gestão de Luiza Erundina, Paulo Freire e Mario Sergio Cortella. Esse movimento de reorientação curricular compreende a problematização, o processo de formação, a reflexão sobre as concepções de educação infantil identificadas, a construção do projeto de escola e de uma nova proposta pedagógica. Foi elaborado de forma coletiva pelas equipes da Divisão de Orientação Técnica de Educação Infantil e Alfabetização (DOT 3) e dos Núcleos de Ação Educativa (NAE). Contou também com a participação dos educadores, funcionários e pais de alunos das Escolas Municipais de Educação Infantil, das classes do Plano de Educação Infantil (PLANEDI) e classes comunitárias.