Movimento de Reorientação Curricular

Ensino Fundamental

1. Ação pedagógica da Escola pela via da Interdisciplinaridade

Um Primeiro Olhar Sobre o Projeto

Discute os fundamentos, as etapas de encaminhamento e a organização da escola para a viabilização da proposta, além da bibliografia. 

Estudo Preliminar da Realidade Local: Resgatando o Cotidiano

Aborda os encaminhamentos realizados com as escolas-piloto para o estudo da realidade onde estava inserida a escola, as diferentes etapas de coleta de dados e sistematização dos mesmos visando a definição dos rumos do trabalho a ser desenvolvido com as equipes escolares.

Tema Gerador e a Construção do Programa: Uma Nova Relação Entre Currículo e Realidade

Abordou-se a construção do programa a partir da definição do tema gerador, levando em conta as situações significativas que emergiram dos estudos da realidade local. Respeitando a autonomia das equipes que desenvolveram o projeto, procurou-se registrar o embasamento teórico que orientou as ações desenvolvidas, ao lado do registro das práticas das escolas que optaram por essa proposta, ressaltando a convivência de uma unidade convivendo com práticas diversificadas.

Ação Pedagógica da Escola pela Via da Interdisciplinariedade - Um Novo Olhar Sobre o Projeto

Faz uma avaliação dos resultados obtidos nos anos de 1989 a 1992. Apresenta dados qualitativos e quantitativos, mostrando ano a ano a adesão das escolas ao projeto bem como as razões para isso; discute as formas como as escolas desenvolveram suas ações, os avanços e as dificuldades, bem como as perspectivas para os anos posteriores.

Visões das Áreas

Ciências

Educação Artística

Educação Artística (Dança)

Educação Física

Geografia

História

Matemática

Português

Bandas e Fanfarras

A visão de área de Arte e suas linguagens foi construída por meio de diálogos e debates entre os professores e as equipes dos dez Núcleos de Ação Educativa da Secretaria Municipal de Educação, no período de 1989 a 1992. Durante esse processo, constatamos que o projeto de Bandas e Fanfarras estava fora da discussão. Abrimos, então, mais uma frente de trabalho para incluir esse projeto na área de Artes.

Essa inclusão possibilitou a valorização e a formação dos educadores de bandas e fanfarras. Por meio de inscrição, eles passaram a ter encontros sistemáticos em grupos de formação, no qual as trocas profissionais aconteceram. O projeto passou a ter como eixo a Visão de Área de Artes, rompendo com a visão militarista. Os educadores passaram a reconhecer seu trabalho como artístico, refletido e ampliado, levando em consideração a comunidade e suas culturas musicais, de forma que seus trabalhos mantinham a técnica, porém com os valores dos diferentes locais da cidade. Vale dizer que naquele tempo os concursos de fanfarras foram substituídos por mostras, onde todos se apresentavam.

O documento aqui apresentado expõe a metodologia e os resultados desse trabalho.

Relatos de Práticas

Para operacionalizar a proposta interdisciplinar, foi necessário repensar o trabalho com as disciplinas. Com a assessoria de diversas universidades, foram constituídas equipes das diferentes disciplinas em DOT e nos NAEs, possibilitando uma integração vertical (disciplinar) e horizontal (interdisciplinar). As equipes dos NAEs coordenaram, então, as propostas desenvolvidas nas escolas e, junto com DOT e com as universidades, possibilitaram também a formação de educadores numa perspectiva que era, então, extremamente nova.

Apresentamos, a seguir, os documentos elaborados por essas equipes deNAEs e DOT – as Visões de Área e os Relatos de Práticas desenvolvidos e narrados pelos professores das escolas da rede.

Ciências

Educação Artística

Educação Física

Geografia

História

Inglês

Matemática

Português

2. Outros Projetos 

Projeto de Orientação Sexual

O Projeto de Orientação Sexual foi desenvolvido de 1989 a 1992 na rede municipal de ensino de São Paulo e teve assessoria direta do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS).

O projeto foi desenvolvido com adolescentes do ensino fundamental e visava a discussão sobre a sexualidade, os preconceitos, os tabus, as emoções e as questões sócio-político-culturais que permeiam o tema, proporcionando aos educandos a oportunidade de refletir sobre seus próprios valores e os dos outros, tendo em vista a vivência da sexualidade com mais possibilidade de segurança, prazer, amor, liberdade e responsabilidade.

A metodologia proposta era, antes de tudo, aberta, democrática, crítica e dialógica. 

No trabalho de Orientação Sexual, o professor não era um “expositor” de temas, mas tinha como ponto de partida o interesse, as dúvidas, os questionamentos levantados pelos alunos. O professor era o articulador das discussões de temas significativos, escolhidos pelos alunos a partir de suas necessidades, favorecendo a descentralização do poder do saber, uma vez que cada um era respeitado ao expor suas ideias e seus conhecimentos sobre o tema. Sua função era coordenar, organizar, esclarecer e problematizar a partir da necessidade da turma, sem impor valores.

Por meio do confronto de diferentes pontos de vista, da diversidade de opiniões, de novas informações, bem como do não estabelecimento prévio de condutas, dogmas e valores sobre a sexualidade, o projeto propiciava a todos a construção e reconstrução de seu conhecimento, de sua visão de mundo e da sexualidade.

O documento apresentado a seguir contém a metodologia e a forma de desenvolvimento do projeto na rede municipal, descrevendo todas as etapas do seu desenvolvimento. Traz também alguns relatos da implantação do projeto em escolas, assim como os dados de sua implementação (quantidade de escolas; alunos e turmas envolvidas); de depoimentos de pais, alunos e educadores envolvidos na proposta. 

Projeto de Atendimento aos professores de 5ª Série (1989/ 1992)

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Salas de Leitura

Desde o início da década de 1970, a rede municipal já contava com um Programa de Salas de Leitura, nascido de experiências de trabalho conjunto entre escolas e bibliotecas, que resultaram, em 1974, na criação de espaços físicos (salas de leitura) com mobiliário e um pequeno acervo, dentro das próprias unidades escolares. Com atendimento voltado aos alunos dos anos iniciais, as salas de leitura tinham um horário de funcionamento restrito e contavam com o trabalho de um profissional, geralmente readaptado, designado pela direção.

Mas isso não atendia às novas demandas trazidas pelo Movimento de Reorientação Curricular. Era necessário que as escolas tivessem acervos literários e não literários de qualidade, diversificados e atualizados, destinados não só aos alunos, mas aos professores, funcionários e comunidade. E estes acervos deveriam estar acessíveis para manuseio e para empréstimo.

A função do professor responsável pelo espaço da sala de leitura também deveria ser repensada e ressignificada, de forma a dar suporte ao trabalho das diferentes áreas na construção dos projetos interdisciplinares e a ampliar o atendimento, estendendo-o a todos os alunos. As sessões de leitura deveriam se transformar em momentos de diálogo, troca, ampliação de conhecimentos, além de oferecer aos alunos múltiplas oportunidades para desenvolver o gosto pela leitura e a competência leitora.

Para efetivar o Projeto Salas de Leitura, as escolas da rede foram beneficiadas com a chegada contínua de excelentes acervos. A função do Professor Orientador de Sala de Leitura (POSL) foi regulamentada por meio de legislação específica, que previa, entre outras coisas, sua eleição mediante uma proposta pessoal de trabalho e a avaliação de seu desempenho pelo Conselho de Escola. Todos os alunos passaram a ser atendidos, sendo que, em unidades maiores, foi possível eleger mais de um POSL para viabilizar esse atendimento. Por sua vez, os educadores responsáveis pelo trabalho em Sala de Leitura passaram a ter uma maior qualificação, sobretudo em função de sua participação nos grupos de formação permanente, onde era possível estar com seus pares, refletir sobre sua prática, reportar experiências exitosas, discutir as dificuldades e buscar soluções.